Conhecer para promover

Bicicleta em Belo Horizonte

Bicicicleta em Belo Horizonte – foto: Rodrigo Diniz

O método de contagem fotográfica de ciclistas da Transporte Ativo estará em ação em Belo Horizonte. Vai ser na rua Itaituba nessa quarta 14 de abril de 2010. A galera do Mountain Bike BH estará com máquinas em punho, fazendo o levantamento dos ciclistas que cruzarem o caminho.

A TA foi convidada pelo ITDP para realizar uma série contagens para a BHTrans (órgão de trânsito de Belo Horizonte), mas achamos que o ideal era que as contagens fossem feitas por uma organização local. Entramos em contato com o MTB-BH que topou. Por isso, estamos fazendo um treinamento pra que eles possam fazer as cinco contagens seguintes sem nós. Em cada contagem, 6 pessoas do MTB-BH estarão presentes em três turnos de dois.

Como forma de facilitar a execução de contagens nos mesmos moldes por outras organizações locais será lançado em breve um manual de contagens fotográficas. Tudo para que os ciclistas possam ter um diálogo balizado em números com os técnicos da prefeitura.

Saiba mais sobre as contagens fotográficas da Transporte Ativo.

E confira a primeira delas:
Conhecer para Melhorar

O ambiente natural e as cidades

O sudeste brasileiro concentra 42% da população do país em menos de 11% do território. São quase 80 milhões de pessoas sendo que mais de 90% vivem em cidades.

Salada de números à parte, a mais densa concentração de brasileiros vive na região da Mata Atlântica que sucumbiu a 7% da sua extensão original. Muito se fala sobre salvar a Amazônia, mas o exemplo das maiores cidades brasileiras vai na contramão da preservação de biomas.

O modelo de gestão e crescimento das cidades no sudeste ainda não segue regras básicas de boa convivência com o ambiente natural. É um caminho lógico portanto que as cidades do resto do país se espelhem nos modelos de gestão das maiores metrópoles.

Um exemplo australiano pode servir de inspiração para que cidades brasileiras possam reconhecer que fazem parte de um bioma e que um manacá da serra plantado na calçada pode ser mais do que algumas flores bonitas que embelezam uma rua.

Um trecho de um artigo no O Eco ilustra o que tem sido feito na Austrália.

Os governos federal, estadual e municipais mapearam os espaços verdes da Grande Sydney e verificaram as possibilidades de interligá-los. A idéia é aumentar a área útil das unidades de conservação da cidade por meio de corredores de vegetação nativa, que viabilizem rotas migratórias para pássaros e pequenos mamíferos e permitam assim maior troca genética à fauna de Sydney.

Tudo foi inventariado. Parques infantis, terrenos baldios, jardins públicos, campos de futebol e de golfe, mananciais, áreas de recreação de escolas públicas e privadas, estacionamentos de fábricas e de entidades do governo, margens de rodovias, jardins de casas particulares etc.

Iniciativas como a tomada em Sydney servem de modelo para repensarmos nossas cidades. E tudo que acontece eixo São Paulo – Rio de Janeiro – Belo Horizonte tem potencial para balizar o desenvolvimento urbano dos mais de 5.000 municípios brasileiros.

Leia a íntegra do artigo “Sydney dá bom exemplo” de Pedro da Cunha e Menezes.

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Manual para bicicletas no contrafluxo

O conceito de que contramão é uma prerrogativa de automóveis. Já está em aplicação na Inglaterra, depois de diversos projetos pilotos, um programa que visa adequar o espaço viário à bicicleta. Ao invés de reprimir os ciclistas que seguem pelo caminho mais curto, o departamento de trânsito federal (Department for Transport – DfT) encoraja a sinalização de faixas exclusivas para a bicicleta seguir em segurança no que seria “contramão”.

A medida é bastante simples e felizmente já está prevista no código de trânsito brasileiro. Na Inglaterra, é o Departament for Transport (DfT) que define políticas públicas nacionais para a mobilidade cargas e pessoas. Desde navios ao trem-bala, passando, claro, pelas bicicletas. A seguir um tradução da contextualização do documento produzido pelo DfT para facilitar a implementação de pistas para bicicletas no contrafluxo.

Ruas de mão única podem resultar em caminhos mais longos e arriscados para o ciclistas, com mais cruzamentos a serem negociados. Uma maneira eficiente de resolver esse problema é através da introdução de medidas que permitam ao ciclista trafegar em ambas as direções em uma rua de mão única.

As experiências de outros países europeus resultaram em uma gama maior de opções para bicicletas no contrafluxo em relação ao que já foi implementado no Reino Unido até hoje. A experiência alemã é especialmente relevante. Lá o uso da bicicleta aumentou nos últimos anos em comparação ao uso relativamente modesto que se fazia antes. Com isso, os motoristas aprenderam a antecipar situações e acomodar o número crescente de ciclistas.

Toda a legislação é uma convenção que visa atender a necessidade da maioria. A lei brasileira foi feliz ao permitir que os órgãos de trânsito locais permitam que a bicicleta siga no contrafluxo. O exemplo europeu ajuda a mostrar que não se trata de um “jeitinho brasileiro”, para adequar as ruas aos ciclistas que não respeitam leis. Muito pelo contrário, medidas que facilitem os deslocamentos em bicicleta com segurança a cada dia se tornam mais comuns e ajudam a colocar mais bicicletas nas ruas.

A tarefa de readequar nossas cidades para deslocamentos de pessoas é complexa e demanda tempo e conhecimento técnico. Mas é sempre bom lembrar que novos desafios requerem novas ferramentas. Além é claro, de não podemos solucionar um problema com a mesma lógica com que ele foi criado.

Leia mais sobre Bicicletas no Contrafluxo, em inglês.
Contra-Flow Cycling – Cycling England
Contra-Flow Bike Lanes – NACTO National Association of City Trasnportation Officials
Contraflow Cycling – ETSC European Transport Safety Council

Artigo relacionado:
Fluxos e seus sentidos

Bazar de Bicicleta II

Bazar Ciclístico

A primeira rodada do Bazar de Bicicletas foi um sucesso com 14 das 20 bicicleta vendidas e 3 reservadas para o próximo sábado.

O Ambiente estava super agradável com muito bate papo ciclístico, test drive e um mecânico de plantão. Vejam as fotos aqui.

Por tudo isso, a Rio Bike Tour, em parceria com a TA, Recicloteca e All Track Bicycles convidam para a segunda rodada da grande queima de bicicletas de sua frota. Vinte magrelas estarão disponíveis para venda direta no sábados 27 de março das 10 às 16 horas na Recicloteca em Laranjeiras, Rio de Janeiro

As bicicletas são todas Caloi Supra da mesma cor, ano 2005, com 21 velocidades, suspensão dianteira, e com pneus biscoito. Elas tem pouquíssimo uso e estão em excelente estado de conservação.

Preço: 450 reais a unidade para pagamento à vista ou em duas vezes no cheque.

Se alguém tiver interesse em adquirir várias, lembrem-se que tem outras 80 no depósito, é só entrar em contato para fazermos um pacote com descontos de até 10%.

Data: 27 de março
Horário: 10 às 16 hs
Local: Rua Paissandu, 362, Laranjeiras, Rio de Janeiro
Como chegar lá:

Nos vemos lá!