Quem é o ciclista brasileiro

Projeto transite – http://catarse.me/pt/transite.

Tem muita gente que pedala Brasil afora. A frota de bicicletas passa das dezenas de milhões, mas toda magrela precisa de um ciclista. Conhecer esses ciclistas será a missão do Felipe Baenninger no projeto Transite.

E o registro dos ciclistas brasileiros vai virar um livro, mas o projeto só se concretiza com o apoio prévio, é o financiamento coletivo em prol da arte em bicicleta. Fica lançado o convite para que todos colaborem e ajudem ao Felipe nessa aventura exploratória.

Construção da segurança

Bicicleta-semaforo-copacabana

O enfrentamento mais decisivo em curso para quem usa e promove a bicicleta está além das ruas. Está no discurso que se propaga sem saber, está no preconceito que se manifesta velado ou explícito. Nas palavras que se repetem, que constroem e reforçam barreiras que impedem a humanização dos espaços públicos de circulação e das próprias cidades.

Durante o século das duas guerras mundiais, as carruagens motorizadas saíram em massa das linhas de montagem para ganhar as ruas. Os mortos e feridos contaram-se aos milhares em um embate que tirou à força as crianças e adultos das ruas para que os automóveis pudessem circular na maior velocidade possível.

E não foi em silêncio que as famílias velaram seus mortos. Houve um processo de demonização do automóvel, imediamente percebido como um ator destrutivo nas ruas das cidades. Para que as linhas de montagem continuassem a produção foi preciso promover um novo conceito, o de que os veículos motorizados, o novo ator no trânsito urbano, eram seguros e adequados para as ruas.

O esforço da industria automobilística para viabilizar o uso intensivo de seus produtos nas cidades foi imenso e frutífero. Em poucas décadas, o século XX tornou-se o século do automóvel e as ruas perderam muito do seu caráter histórico de espaço público, uma construção social de 5 mil anos.

Mortos e feridos nas ruas contam-se às dezenas de milhares. No Brasil o número gira ao redor dos 50.000 mortos por ano. Sendo as pessoas fora dos automóveis, em especial os pedestres, as maiores vítimas.

Ator consolidado nas ruas do século XXI, o automóvel deixou de ser diretamente responsabilizado pelas perdas de vidas humanas que gera. Encarado como fato consumado nas cidades o trânsito motorizado é conversa de elevador e suas vítimas geralmente veladas em silêncio.

A segurança das ruas é acima de tudo uma construção social. Hoje essa construção permite que pedestres e ciclistas sejam tratados como vítimas a serem responsabilizadas. A reversão do discurso que aceita os mortos e feridos no trânsito como casualidades é uma necessidade do século XXI. Enquanto o embate do século XX foi entre a demonização do automóvel e a industria automobilística, o embate atual é da qualidade de vida contra a degradação do espaço público das cidades.

A vilanização dos motores acabou derrotada e hoje as cidades são bem diferentes de como eram em 1900. As cidades de 2100 certamente serão outras e para que façam sentido e possam abrigar grandes populações humanas que gerem prosperidade, é preciso promover o uso racional e seguro do automóvel em ruas que possam garantir mais fluidez para as pessoas que utilizam transportes ativos e os transportes motorizados coletivos.

Mapa para ciclistas no iPhone

O Mapa Cicloviário Unificado do Rio de Janeiro é uma iniciativa colaborativa que nasceu para ajudar os ciclistas cariocas.

Dentro do espírito colaborativo, o amigo Hendi Coelho utilizou o banco de dados do mapa e construiu um aplicativo completo que traz todos os pontos do mapa. Com o celular na mão é possível achar a estação de bicicleta pública mais próxima, a oficina mecânica e até um local para calibrar os pneus.

As ciclovias e toda a infraestrutura cicloviária da cidade ainda está sendo aplicada no mapa e no futuro será possível ter também as rotas de circulação.

Faça o download gratuito do aplicativo cicloviaRio e explore a cidade. O aplicativo permite o envio de dúvidas e correções diretamente para os colaboradores responsáveis pelo mapa cicloviário.

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Veja mais aplicativos para os ciclistas que utilizam celulares Android.

A importância de sonhar

paulicéia BICICLETAS EM SÃO PAULO from Céu D´Ellia on Vimeo.

 

A cidade dos sonhos será construída hoje com visão de futuro e ações que levem ao futuro almejado.

O vídeo acima é da São Paulo dos sonhos, mas em Portland, nos EUA, a Universidade Estadual do Oregon já desenvolve pesquisas para as cidades do século XXI. Iniciativas que trazem perguntas simples, como seu meio de transporte impacta seus padrões de consumo e outras.

Certamente uma das melhores é a que estuda o bem estar entre ciclistas, usuários do transporte público e motoristas em Portland. O resultado é definidor para defesa da cidade dos sonhos. As pessoas mais felizes são as que utilizam de transportes ativos para ir ao trabalho (especificamente os ciclistas e pedestres).

O gráfico acima ilustra, por ordem decrescente os meios de transporte que garantem mais felicidade a seus usuários. Da campeã bicicleta, passando pela caminhada, o ônibus expresso, os bondes modernos, caronas, ônibus comuns e por fim a direção solitária.

Os valores da pesquisa sobre a felicidade dos meios de transporte podem ser vistos aqui, mas o que o mais importante não são os números da pesquisa, mas a metodologia de buscar entender as dinâmicas humanas das cidades.