Ciclovias, paradigmas de planejamento

Ciclovias: paradigmas de planejamento

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Tem novidade na área de traduções do nosso site. Uma imagem simples, direta e que mostra quais caminhos seguir para um bom planejamento de uma infraestrutura cicloviária.

A arte foi feita originalmente em espanhol pelo amigo chileno do Bicivilizate, Claudio Olivares.

O texto é bem simples:

Ciclovias: Paradigmas de planejamento

  • Desenho centrado no automóvel

Localizadas em zonas de pedestres, áreas verdes e servidões, intermitentes, desconexas, com obstáculos, indiretas, estreitas, inconsistentes, confusas, sem preferência.

  • Desenho centrado no usuário

Localizadas na via no bordo direito, conectadas, amplas, consistentes, sem obstáculos, unidirecionais, com preferência e cruzamentos sinalizados.

Conhecimento em prol da bicicleta

Bicicletário da PUC, lotado diariamente

O Brasil e o mundo vivem um boom no uso da bicicleta e no aumento da infraestrutura cicloviária. Mas todo crescimento precisa vir acompanhado do devido saber teórico.

Desde 2006 a cadeira de jornalismo ambiental, ministrada pelo jornalista André Trigueiro na PUC-Rio tem sempre bicicletas em sala de aula. E todos os semestres nós da Transporte Ativo fazemos uma visita para um bate-papo sobre bicicletas e sustentabilidade. O resultado são trabalhos jornalísticos dos alunos que abordam a mobilidade humana.

Mais do que a presença na sala de aula de bicicletas e trabalhos acadêmicos, as visitas regulares tem rendido bons profissionais sensibilizados para saber lidar com o fenômeno das bicicletas. Com a vantagem de que a cada dia aumenta o número de alunos ciclistas na PUC, em todos os cursos.

No ano de 2012 a cadeira de jornalismo ambiental não foi ministrada. Mas nem por isso as bicicletas ficaram de fora da sala de aula. Esse ano elas fizeram o caminho para além das ciclovias do entorno e do bicicletário da universidade. Fomos convidados para a mesa avaliadora do trabalho final de graduação (TFG) em Arquitetura e urbanismo da aluna Marcella  Kertzman e ainda para um seminário especial no curso de Mestrado Profissional em Engenharia Urbana e Ambiental.

O TFG da Marcella foi a elaboração de um plano cicloviário completo de Madureira e nós fomos o avaliador externo na banca do orientador Pierre-Andre Martin. O projeto surpreendeu e teve como seu maior mérito o respeito aos ciclistas e as suas necessidades, algo que ainda faz falta a muitos planejadores urbanos.

Já a palestra “Bicicleta e o Futuro das Cidades” mostrou para os mestrandos em engenharia Urbana e Ambiental a importância da bicicleta para a sustentabilidade urbana. O convite partiu do coordenador Celso Romanel, foi inspirador estar próximo aos alunos e poder transmitir a simplicidade fundamental da bicicleta para as pessoas e a vida nas cidades.

Nova Iorque também conta bicicletas

A cidade de Nova Iorque lançou em 2007 um amplo plano Cicloviário e tem ano a ano aumentado a infraestrutura cicloviária. A rede dobrou com os 320km adicionados entre 2008 e 2011 e o número de viagens em bicicleta também dobrou entre 2007 e 2011. Para completar, o DoT (Departamento de Transportes da cidade) espera ainda triplicar os deslocamentos em bicicleta até 2017.

O horizonte ciclístico novaiorquino é promissor, com a inauguração de um sistema de bicicletas públicas com 600 estações e 10.000 bicicletas a ser lançado em março de 2013.

Para colaborar com informações em relação ao fluxo de ciclistas, um grupo de alunos da Universidade de Columbia realizou uma contagem do trânsito de bicicletas na esquina da Broadway com a rua 116. A idéia é municiar com dados o Departamento de Transportes de Nova Iorque e o Campus de Morningside Heights da Universidade de Columbia.

Essa contagem certamente é motivo de orgulho para todos da Transporte Ativo e mostra como o esforço individual de alguns ciclistas, utilizando metodologias simples, é capaz de ir longe. Parabéns aos amigos estudantes e fica feito o convite para todos os interessados em adotar nosso método de contagem de ciclistas.

Confira a íntegra do relatório da Contagem de Ciclistas em Nova Iorque (em inglês).

A metodologia utilizada em Nova Iorque está no Manual de Contagem disponível para download gratuito com instruções completas para que qualquer ciclista possa fazer o levantamento em sua cidade. Ele ainda conta com versões traduzidas para o inglês e espanhol realizadas em parceria com o ITDP.

Um mapa mais colaborativo

O Rio de Janeiro a cada dia conta com mais e mais bicicletas nas ruas. O Mapa Cicloviário Colaborativo é parte desse cenário e agora está ainda mais aberto à colaborações. Basta enviar por email ou via facebook o endereço completo do local com fotos, quanto as lojas e oficinas tem de incluir o telefone também. As novas infraestruturas cicloviárias já estão mapeadas e assim que forem inauguradas serão adicionadas ao mapa.

A idéia é ser um banco de dados confiável e atualizado de tudo que o ciclista precisa e de maneira geolocalizada. O (premiado) aplicativo para Android já está disponível para uso e em breve a versão para iOS também estará na AppStore, sempre gratuito e aberto a colaborações. Todos os dados enviados serão checados antes de serem publicados para garantir a veracidade de tudo que for mapeado. Esse trabalho de atualização é um projeto que será custeado através da parceria da Transporte Ativo com o Itaú.

Todo o conhecimento disponível no mapa carioca está disponível para que mais cidades façam seus mapas nos mesmos moldes, afinal quem mais entende e conhece as necessidades dos ciclistas é quem pedala diariamente pelas ruas das cidades e o mapeamento é feito por ciclistas e para ciclistas. Portanto baixe o aplicativo, visite o site, compartilhe e colabore.

Mensagens que grudam e circulam

A maior importância da bicicleta no século XXI é pelos impactos que ela pode trazer para as cidades. Os benefícios do veículo mais eficiente que a humanidade foi capaz de inventar são conhecidos desde o século XIX, mas com as dificuldades e inviabilidades das cidades projetadas para veículos motorizados, a bicicleta vem como uma bandeira catalizadora da resolução de problemas urbanos.

Dentro dessa lógica, os ciclistas urbanos tendem a se tornar apaixonados pelas cidades e inconformados com as condições de circulação e a perda crescente de qualidade de vida nos ambientes urbanos. Torna-se então uma grande necessidade espalhar as boas novas de que a bicicleta é muito maior do que aquilo que se vê, é parte da revolução em curso para devolver as cidades para as pessoas.

Para espalhar a mensagem, ciclistas gostam de contar a todos sobre os prazeres e a praticidade de pedalar. Para ajudar na circulação dessa mensagem, tem adesivo novo para ser distribuído gratuitamente. Iniciativa do Banco Itaú no Facebook. Basta entrar com os dados pessoais no aplicativo e pedir um kit de adesivos entregue pelo correio.

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