A bicicleta como alternativa

Metro_bicicleta

O metrô do Rio de Janeiro está em expansão em direção à Barra, as obras já impactam diretamente a circulação no Leblon. Como forma de diminuir os impactos, a Prefeitura e o consórcio responsável pelas obras estão com uma campanha nas ruas para encorajar o uso da bicicleta como alternativa.

Pelos custos e prazos, as infraestruturas metroviárias representam um enorme impacto nas cidades, mas a presença do transporte sobre trilhos ao redor da cidade representa um enorme ganho depois que as obras são concluídas.

De acordo com o consórcio responsável:

A campanha procura não só amenizar os transtornos com as obras, mas deixar um legado importante para a cidade, com menos poluição e mais mobilidade.

Afinal, quem descobre a bicicleta, tende a se acostumar com sua eficiência para os deslocamentos urbanos e a cada ciclista a mais nas ruas, o ganho maior é da cidade.

Por outro lado, a campanha também foi alvo de críticas por conta do texto do cartaz que busca incentivar o uso do transporte público e traz a imagem de um ônibus.

De acordo com Ivan Acciolly, que compartilhou a foto do cartaz, há um grave erro no texto, de se referir ao transporte público por ônibus como alternativa ao metrô. Com isso, dá-se a entender que o metrô não é transporte público.

Essa e outras polêmicas ainda renderão muito assunto. Mas até que os trilhos estejam assentados nos subterrâneos cariocas, o melhor mesmo é seguir tranquilamente de bicicleta pela superficie.

Carnaval, época de ruas para pessoas

O carnaval no Brasil é o período do ano em que as ruas são devolvidas as pessoas para comemorações e festas.

Ainda assim, as cidades e suas administrações municipais ainda buscam aprender como readequar, ainda que de maneira excepcional, o espaço público para circulação e ocupação exclusiva de pedestres.

O já tradicional carioca molda a cidade semanas antes dos desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. Os blocos de rua atraem multidões para a festa o que impacta negativamente o fluxo motorizado.

Ciente da importância da festa para seus cidadãos e turistas, a prefeitura do Rio de Janeiro sempre faz campanha pública para que as pessoas priorizem o transporte público e também a bicicleta. photo 2

A enormidade do fluxo humano é ao mesmo tempo beleza e drama. O fluxo carnavalesco é festa, mas dada a quantidade de pessoas que atrai, tem também graves problemas. Para listar o principal deles, resíduos da festa. Seja a serpetina, as latinhas de cerveja ou a urina.

Felizmente os fluxos diários, fora da época de festas são mais equacionáveis, mas precisam levar do carnaval a lição principal, as ruas pertencem as pessoas e é necessário garantir que o espaço público possa ser usado com prioridade absoluta para as pessoas.

A direção e o propósito dos deslocamentos é secundário, seja para festa ou para a ida ao trabalho, as ruas pertecem aos cidadãos e devem ser usadas de maneira eficiente para os diversos fluxos urbanos.

As bicicletas do centro do Rio

Os números e locais das contagens no centro do Rio

Foram cinco contagens realizadas no centro do Rio de Janeiro para o projeto das ciclorrotas. Os números foram consolidados e comparados no relatório final.

Fizemos um comparativo entre as contagens, com dados e características mais marcantes de cada trecho, assim como uma apresentação dos resultados consolidados. Este estudo busca mostrar o elevado número de ciclistas já existentes na região e a necessidade de se adequar
as vias locais para otimização do uso deste modal já tão utilizado em nossa cidade.

Cabem alguns destaques:

Apenas 4% (122) de mulheres, em 3186 ciclistas

Grande número de viagens são entregas:

41% do total geral, 1304 ciclistas,  sendo destas 56.4% ou 736, triciclos.

Confira o relatório completo das contagens fotográficas do Centro do Rio de Janeiro.

Faça o download do relatório completo das contagens do Centro do Rio. Confira os demais relatórios.

O trânsito seguro de bicicletas

Bicicletas são veículos seguros por excelência capazes de manter velocidade graças ao esforço físico de seu condutor. Sendo essa dependência do ciclista seu maior trunfo.

É no entanto bastante comum ouvir comentários e dúvidas daqueles que por ventura ainda não pedalam quanto a segurança de se conduzir um bicicleta nas cidades. É uma pergunta difícil, que gera embaraço aos mais desatentos mas cuja resposta pode ser repetida com o mantra em relação a segurança intrínseca da bicicleta: sua limitação de velocidade de acordo com a capacidade do condutor.

Ainda assim, a segurança da bicicleta por si só, perde evidência em cidades com ruas e avenidas tomadas por veículos motorizados e altos níveis de estresse. O problema então deixa de ser a bicicleta e passa a ser o uso das ruas.

Nascida no século XIX, a bicicleta chegou ao século XXI firme, forte e capaz de desempenhar um papel que ficou esquecido em muitas cidades ao redor do mundo. O melhor meio de transporte em curtas distâncias e máquina mais eficiente jamais produzida pelo homem para a conversão de força muscular em movimento.

Para que o potencial da bicicleta seja devidamente compreendido e exercido, é preciso permitir que seus usuários desfrutem da segurança natural do veículo e essa segurança se constrói com intervenções diretas na pacificação da circulação urbana.

A lógica da velocidade motorizada em largas avenidas é um retumbante fracasso, tendo a degradação urbana e a inviabilização da circulação humana como consequências diretas. Discutir segurança dentro desse cenário tem de passar pelo debate e promoção de rotas seguras para deslocamentos humanos.

Nas cidades do século XX, foi introduzido um elemento novo, o automóvel. Para que ele pudesse circular em segurança, foi preciso confinar os pedestres nas calçadas e retirar todas as interferências das ruas. Nosso tempo é de reversão do uso do espaço urbano em favor das pessoas, e o caminho passa pela mudança do discurso em relação ao uso da bicicleta.

Gentilezas para ciclistas

Grandes obras geram transtornos no sistema viário de qualquer cidade. Com um pequeno incentivo é possível que a devida sinalização seja também feita para alertar aos ciclistas que no lugar da ciclovia, há um canteiro de obras e é preciso trafegar na calçada.

Inicialmente o ciclista ficou esquecido nas intervenções em curso no Leblon, no Rio de Janeiro. Mas a Transporte Ativo já lançou o alerta e em breve a sinalização será colocada para alertar os ciclistas dos desvios.

Simulação das obras com sinalização para o ciclista.

Simulação da circulação dos ciclistas na calçada.

Sinalização para condutores de veículos automotores.

Atualização, menos 48 horas após o envio das imagens pela Transporte Ativo, a sinalização foi instalada, sinal de respeito ao ciclista, que se repita em todas as obras que esbarrem em infraestrutura cicloviária.

Sinalização instalada.