Bicicletas Públicas em Barcelona Salvam 12 Vidas Por Ano

 

O sistema de bicicletas públicas de Barcelona, o “Bicing”, salva 12 vidas por ano e economiza 9.000 toneladas de CO2 (gás de efeito estufa), segundo um estudo do “Centro de Investigación en Epidemiología Ambiental (CREAL) de Barcelona”.

“É evidente que as políticas de transporte, que promovem a atividade física, são um bom meio para melhorar a saúde da população e reduzir os gastos em saúde pública”, declara Dr. David Rojas-Rueda, pesquisador do CREAL e principal autor deste estudo.

Os resultados, publicados no British Medical Journal, se baseiam num estudo de impacto na saúde do Bicing, o sistema de bicicletas públicas de Barcelona, que hoje conta com umas 6000 bicicletas, 420 estações e 120.000 usuários.

De fato, estes serviços são cada vez mais populares na Europa, e mais de 70 cidades já contam com ele (Entre elas: Berlim, Londres, Oslo, Paris e Servilha). O maior sistema, na Europa, é o de Paris, que conta com 20.000 bicicletas e mais de 1.200 estações.

VI Desafio Intermodal Carioca

Pelo sexto ano consecutivo, foi realizado o Desafio Intermodal Carioca. Como sempre surpresas, nesta edição as ruas do Rio de Janeiro estavam praticamente vazias, fluiam tranquilamente, no transporte público todos viajaram sentados e sem filas para compra de bilhetes, enquanto um vento forte soprava na direção contrária ao deslocamento dos que geravam sua própria força motriz, bicicletas, patins e pedestres.

Na chegada a carona programada, uma modalidade estreante, surpreendeu chegando em primeiro, seguido imediatamente pela integração Metrô + Bicicleta e pela moto. Mas como sempre, na hora da avalição dos outros dados, como emissão de poluentes, consumo de energia, despesas, as bicicletas novamente pularam pro topo da lista, mesmo sem terem sido considerados ocupação de espaço e emissão de ruídos.

A bicicleta mais uma vez confirma sua eficiência como meio de transporte urbano.

Confira o álbum de fotos e o relatório completo.

O gigante chinês

Para resolver os problemas de mobilidade nas grandes cidades do mundo, é preciso oferecer opções cômodas, rápidas e seguras. Um exemplo chinês ajuda a visualizar como um bom projeto em prol da bicicleta rende frutos para melhorar a mobilidade de uma cidade inteira.

O sistema de bicicleta públicas de Hangzhou, uma cidade no sudeste da China, já começou grande: tinha 2.800 bicicletas e 61 estações. O serviço foi lançado em maio de 2008 para uma população de cerca de sete milhões de pessoas.

Hoje, passados três anos, Hangzhou tem o sistema de bicicletas públicas que mais cresceu em todo o mundo: 2.050 estações e 51.500 bicicletas, que são utilizadas diariamente por 240 mil cidadãos, com picos de 320 mil viagens por dia.

O sucesso está no fato de que há uma verdadeira integração entre o sistema de bicicletas e a rede de transportes públicos. Após usar a bicicleta, o usuário tem até 90 minutos para pegar um ônibus, dentro da mesma tarifa. As estações de bicicletas estão a pouca distância entre elas – 200 a 300 metros, no centro da cidade – e a primeira hora de utilização é gratuita. Estes são outros dois fatores que fazem de Hangzhou um caso de estudo de sucesso global.

O sistema de bicicletas públicas obteve a maior taxa de satisfação entre todos os projetos desenvolvidos na cidade. Os cidadãos afirmam que, com o crescente tráfego e congestionamentos, as bicicletas tornam as viagens mais rápidas e convenientes.

Para melhorar a mobilidade na cidade chinesa, a previsão é que sejam 175 mil bicicletas públicas até 2020.

Confira no vídeo (em inglês):

The Biggest, Baddest Bike-Share in the World: Hangzhou China from Streetfilms on Vimeo.

  • Visto em: Greensavers e Treehugger.com
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    Espaço público e demanda reprimida

    Bicicleta e fantasia de carnaval - Copacabana

    Carnaval é festa da carne, mas também festa das ruas. Os pequenos, grandes e gigantescos blocos ao redor do país mostraram isso.

    Durante os quatro dias de festa e folia as ruas tornam-se espaços exclusivos para a circulação, ou simples presença de uma massa de pedestres. Os dois milhões do cordão do Bola Preta no Rio de Janeiro evidenciam que turistas e moradores das cidades anseiam por espaços públicos para a celebração.

    Apesar da beleza das festas e das ruas exclusivamente para as pessoas, o carnaval concentra gente demais em um espaço físico muito restrito e em pouco tempo. Os banheiros químicos que não atendem à demanda e a quantidade de lixo nas ruas que o digam.

    Passada a festa, fica a lição para o dia a dia. Com espaços públicos de qualidade ou simplesmente abertos e seguros para as pessoas, teremos ruas mais vivas. Uma população mais feliz e saudável.

    Mulher Maravilha - Capitão América - Skate e Carnaval

    No Rio de Janeiro os blocos se espalharam por toda a cidade, abrindo ruas para as pessoas e impondo restrições à circulação de veículos motorizados. Ainda assim, o intenso ir e vir de foliões pode seguir sempre. O transporte público e os táxis ajudaram nos deslocamentos, mas o número de viagens à pé em tempos de folia foi representativo, como sempre.

    Avenida Atlântica - Copacabana - Carnaval

    As dificuldades para a circulação motorizada não precisam ser tão grandes e nem a quantidade de pessoas a tomar as ruas. Mas nossas cidades precisam entender que o carnaval pode e deve se espalhar para além da quarta-feira de cinzas. Com espaços públicos de qualidade a total prioridade para a circulação de cidadãos.

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    Natal para as pessoas

    Natal sem carro Copacabana

    O tradicional show de Natal do rei Roberto Carlos teve seu palco em plena praia de Copacabana. Um cartão postal da cidade e um ícone brasileiro, juntos.

    Para que o público estimado de 1 milhão de pessoas pudesse assistir ao show e circular pelo bairro, a Prefeitura do Rio montou um esquema especial de circulação. A partir das 15hs, o acesso de automóveis particulares em Copacabana ficou restrito. Uma medida simples que desagradou alguns, mas foi responsável pela facilidade de circulação de todos. Mais pessoas puderam circular, apenas os motoristas tiveram de escolher outro meio de transporte.

    Os moradores de Copacabana e a população flutuante já sabem que o bairro é pouco convidativo à circulação de automóveis. A falta de espaço nas ruas e para o estacionamento é o principal problema. Reza a lenda que se todos os moradores saíssem, a pé, de seus apartamentos, não haveira espaço nas ruas do bairro.

    Refletindo em relação ao problema e fazendo as contas a conclusão é simples. O automóvel particular, veículo individual de uso no espaço público, infelizmente não tem vez nas ruas de Copacabana. Seja no cotidiano, ou principalmente na realização de grandes eventos. E para que todos possam ter garantido o sagrado direito de ir e vir, é preciso que seja restringida a circulação de carros, e somente deles.

    Assim foi feito. Os cariocas ganharam um show de presente, a cidade reforçou seu caráter de palco mundial de rara beleza. A contrapartida foi deixar o carro na garagem ou fazer uso dos transporte ativos, transporte público ou táxi.