Conhecimento em prol da bicicleta

Bicicletário da PUC, lotado diariamente

O Brasil e o mundo vivem um boom no uso da bicicleta e no aumento da infraestrutura cicloviária. Mas todo crescimento precisa vir acompanhado do devido saber teórico.

Desde 2006 a cadeira de jornalismo ambiental, ministrada pelo jornalista André Trigueiro na PUC-Rio tem sempre bicicletas em sala de aula. E todos os semestres nós da Transporte Ativo fazemos uma visita para um bate-papo sobre bicicletas e sustentabilidade. O resultado são trabalhos jornalísticos dos alunos que abordam a mobilidade humana.

Mais do que a presença na sala de aula de bicicletas e trabalhos acadêmicos, as visitas regulares tem rendido bons profissionais sensibilizados para saber lidar com o fenômeno das bicicletas. Com a vantagem de que a cada dia aumenta o número de alunos ciclistas na PUC, em todos os cursos.

No ano de 2012 a cadeira de jornalismo ambiental não foi ministrada. Mas nem por isso as bicicletas ficaram de fora da sala de aula. Esse ano elas fizeram o caminho para além das ciclovias do entorno e do bicicletário da universidade. Fomos convidados para a mesa avaliadora do trabalho final de graduação (TFG) em Arquitetura e urbanismo da aluna Marcella  Kertzman e ainda para um seminário especial no curso de Mestrado Profissional em Engenharia Urbana e Ambiental.

O TFG da Marcella foi a elaboração de um plano cicloviário completo de Madureira e nós fomos o avaliador externo na banca do orientador Pierre-Andre Martin. O projeto surpreendeu e teve como seu maior mérito o respeito aos ciclistas e as suas necessidades, algo que ainda faz falta a muitos planejadores urbanos.

Já a palestra “Bicicleta e o Futuro das Cidades” mostrou para os mestrandos em engenharia Urbana e Ambiental a importância da bicicleta para a sustentabilidade urbana. O convite partiu do coordenador Celso Romanel, foi inspirador estar próximo aos alunos e poder transmitir a simplicidade fundamental da bicicleta para as pessoas e a vida nas cidades.

Nove anos de mais bicicletas

Foi no dia 22 de dezembro de 2003 que foi fundada oficialmente a Transporte Ativo. Lá se vão 9 anos muito bem pedalados, patinados e caminhados. Foram 368 ações, 619 aparições na mídia (uma a cada 5,5 dias). Na TV 101 vezes, rádio 42, web 303 e 173 em veículos impressos.

Só em 2012 foram 49 ações e 114 aparições em mídia, uma a cada 3,2 dias. Certamente o Rio de Janeiro, o Brasil e o mundo ficaram bem mais cicláveis nesses últimos anos. Temos muito orgulho de ter sido parte das mudanças em favor da bicicleta e de cidades feitas para pessoas.

Mas o caminho está apenas no começo e esperamos poder contar com os amigos, parceiros, apoiadores e ciclistas nos longos quilômetros por vir nessa jornada marcada por muito vento no rosto, aquele vento que muda o mundo através do prazer de cada pedalada.

Mobilidade+ Logística


O Mobilidade+ foi uma realização do Studio-X Rio e ITDP Brasil, com apoio da Comissão Andina de Fomento (CAF) e parceria de C40 Rio de Janeiro, Rede para o Transporte Sustentável de Baixo Carbono (SLoCaT), Transporte Ativo e ONU Habitat, resultando num consórcio composto por alguns dos principais atores globais em transporte sustentável e desenvolvimento urbano.

As palestras agora podem ser vistas online. Para representar a Transporte Ativo, Zé Lobo falou sobre a logística das entregas em bicicleta. Um estudo de caso pioneiro feito pela TA e que mais uma vez ganha destaque. Afinal, os milhões de quilômetros pedalados todos os anos em Copacabana são um indicador claro de qual caminho seguir para viabilizar nossas cidades.

Confiram os vídeos Mobilidade+.

CTB de Bolso, versão impressa


O Código Brasileiro de Trânsito está em vigor desde 1997 e nesses 15 anos muito do que foi escrito permanece desconhecido de muitos. O CTB de Bolso nasceu como uma palestra da Claudiléa Pinto para informar ciclistas sobre seus direitos e deveres no código, foi adaptado em um arquivo para download e mais recentemente ganhou uma versão móvel.

Agora em parceria com o Banco Itaú, a Transporte Ativo imprimiu milhares de cópias do CTB de Bolso para ser distribuídas aos ciclistas Brasil afora. As cópias já começaram a circular nas mãos de ciclistas, lojistas, em eventos e em repartições públicas.

Quem tiver interesse em distribuir cópias do CTB de Bolso, entre em contato através dos comentários.

Os três ‘Es’ de uma cidade ciclável

Portland, no gélido estado de Oregon, é a cidade mais ciclável dos Estados Unidos segundo o censo daquele país. Ao ser perguntado sobre qual é o segredo, o prefeito Sam Adams destacou três pontos que podem ser traduzidos para o português como:

– Educação, Engenharia, Execução.

1) Educação: Trata-se da familiaridade das pessoas com a bicicleta desde a mais tenra idade. Ou seja, uma parcela considerável da população conhece desde muito jovem os prazeres de pedalar.

2) Engenharia: Além de ter uma população familiarizada com a bicicleta, uma cidade ciclável precisa ter um desenho urbano que seja inclusivo. Precisa facilitar que todo e qualquer cidadão que queira optar pela bicicleta, possa fazê-lo em segurança. E essa segurança se contrói com ciclovias, ciclofaixas, faixas compartilhadas, estacionamentos e o que mais for necessário em termos de infraestrutura para a bicicleta.

3) Execução: Basicamente garantir que a legislação seja cumprida e os conflitos no trânsito sejam resolvidos da melhor maneira possível para que todos os cidadãos que circulam nas ruas da cidade sintam-se seguros. Trata-se não só de multar, mas de investigar as ocorrências de trânsito, ter clareza na punição dos infratores e comunicar-se melhor com a população sobre as regras de circulação.

Veja a íntegra da entrevista do prefeito Sam Adams que serviu de base para esse post:

Saiba mais sobre execução no blog BikePortland.org.